Este blog quer ser um lugar de reflexão e aprofundamento de nossa Fé!
domingo, 25 de julho de 2010
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
"Pedi e recebereis, procurai e encontrareis, batei e vos será aberto" (Lc 11,9)
Caríssimo(a) irmão(ã)
A Palavra do Senhor neste domingo nos leva a descobrir a importância e a preciosidade da Oração para a nossa vida cristã. Não raras vezes temos o hábito de transformar nossas orações num pedição sem tamanho, multiplicando novenas pra cá e pra lá. A Oração tem diversos aspectos: súplica, intercessão, pedido de perdão, louvor e agradecimento. Isso quer dizer, que nós precisamos fazer da oração um exercício de intimidade com o Senhor, em todos os momentos e estações da nossa vida.
O diálogo de Abraão com o Senhor, na primeira leitura (Gn 18, 20-32) revela o amor paciencioso de Deus, disposto a dar sempre uma nova chance para o povo corresponder à sua Vontade.
No Evangelho (Lc 11, 1-13), os discípulos manifestam o desejo de rezar. Jesus ensina-lhes a oração do Pai-nosso. Mais que uma fórmula ou oração, Jesus ensina-lhes um novo modo de se relacionar com Deus. Ele rompe com as barreiras e as imagens a respeito de Deus. Ele propõe que seus discípulos criem uma intimidade, uma proximidade com Deus chamando-O de Pai. Jesus fez tudo isso para nos aproximar mais de Deus e nós? Da nossa parte temos procurado experimentar pela oração essa proximidade com o Senhor e o desejo de realizar a Sua Vontade?
Se não tomarmos o devido cuidado, podemos deturpar a oração: Quantas vezes queremos que Deus realize nossas vontades, queremos colocar Deus na palma de nossa mão? A oração é justamente o contrário: é nós que devemos nos lançar nas mãos generosas de Deus e não o contrário.
E qual o valor damos para os momentos de oração pessoal e comunitário? A Celebração da Palavra (Culto), os Círculos Bíblicos, o Ofício Divino, o Terço, novenas, grupos de oração tem sido valorizados como momentos significativos para sentir os apelos de Deus na minha vida? Não raras vezes podemos não dar o devido valor para estes momentos fortes na vida comunitária. E no ambiente familiar nossa família tem dedicado alguns momentos para a oração? Os pais tem ensinado seus filhos a rezar? Estas e outras perguntas devem nos fazer refletir seriamente no valor que damos à oração e no que ela poder realizar na vida de todos nós.
Os místicos da oração nos ajudam a compreender a sua eficácia na nossa vida. A santa e filósofa Edith Stein dizia: "no diálogo de uma alma com Deus germinam as grandes idéias capazes de transformar o mundo". Já pensou que poder de transformação tem a oração. Ora, se queremos ver transformados o nosso mundo, a nossa família e inclusive o nosso ambiente de trabalho, tal transformação começa através da oração.
E o Santo Cura D'Ars, São João Maria Vianney, dizia "conheço uma força mais poderosa que Deus no mundo - a oração". De fato, Deus se derrete diante de uma alma suplicante. Deus se desmancha de amor quando nos entretemos com Ele pela oração.
Abramos o coração para experimentar o amor de Deus e o seu convite para permanecer sempre na sua presença pela oração e para que Ele continue sendo Deus em nós...
sábado, 24 de julho de 2010
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Irmão(â) Internauta
A Palavra do Senhor hoje nos convida a praticar a hospitalidade, reconhecendo na pessoa do outro o Deus que vem nos visitar. O exemplo de Abraão (Gn 18,1-10a), que deixou seus afazeres para se colocar a serviço dos seus três hóspedes nos ensina que a gratuidade deve ser o cartão postal na vida do cristão. Acolher é evangelizar!
Num mundo cada vez mais agitado e corrido, precisamos restaurar a cultura das visitas. Muita gente não sente bem em visitar ou em ser visitado, porque acha que está dando trabalho ao outro. Isso não é verdade! As visitas renovam a gente, mostram aquilo que é importante para nós: a amizade, o carinho, o companheirismo que vemos retratado nos olhos daquele que nos dá a alegria da sua visita.
No Evangelho (Lc 10,38-42), Marta corre para acolher Jesus que vem visitar sua família. Ao entrar em casa, Maria põe se aos pés de Jesus para ouvir sua Palavra, e Marta continua a correria enfronhando-se nos serviços da casa. As duas personalidades mostram a necessidade de equilibrar as dimensões da nossa vida: ação e contemplação, pastoral e espiritualidade, compromisso e oração.
Para acolher a Palavra de Deus é preciso afinar nossos ouvidos e silenciar nossas preocupações que nos distraem e tiram de nós o sabor de ouvir a Palavra do Senhor.
Hoje cometemos um grande erro de quer escutar o que a gente quer ouvir. Nem sempre escutamos o que a gente precisa escutar, escutamos o que queremos. Se não nos agrada, mudamos de estação (de rádio, de programação, etc...). Facilmente podemos fazer isso no terreno das relações humanas. Educar os nossos ouvidos é a primeira atitude para aquele que deseja trilhar no discipulado de Jesus.
Outra atitude nos advém da seguinte parábola: Existiam dois lenhadores: um novato e o outro mais velho. O iniciante resolveu apostar com o outro quem era o melhor lenhador, quem rachava mais lenha. Os dois combinaram juntos de acordar cedo e começar na mesma hora, de manhãzinha, a cortar a lenha. Aquele que tivesse o maior monte de lenha ao final da semana seria o melhor lenhador. A disposição deles era impressionante, porém o lenhador mais velho tinha o hábito de dar uma “paradinha” de vez em quando. E o outro não parava um minuto, quase não arrumava tempo para descansar, para almoçar direito. O mais velho, várias vezes ao dia, dava um pequeno intervalo, parava de cortar lenha. Ora fumava um cigarrinho de palha, ora tomava um cafezinho e assim foi a semana inteira. O outro lenhador percebendo a atitude do colega pensou: dessa forma vai ser fácil, pois eu não preciso parar e vou vencer. Ao final da semana, quando o sol se pôs, o lenhador que não parou de cortar lenha foi até o outro e perguntou admirado: - Como você cortou mais lenha tendo parado várias vezes? O lenhador experiente respondeu: Quando eu parava o trabalho eu descansava um pouco e enquanto eu descansava eu afiava o meu machado. Diante disso o inexperiente lenhador percebeu o quanto foi difícil seu trabalho, pois não descansava e nem afiava seu machado. Isso resultou numa perda maior de suas energias, um cansaço bem maior e a perda do rendimento do seu serviço.
Assim hoje na Igreja sentimos o mesmo peso, quando não damos trégua para os nossos serviços e nos entregamos à correria frenética do mundo que corre mais depressa que os ponteiros do relógio.
Quantas vezes a gente escuta outros dizendo para nós: "Vamos pra Igreja rezar!", "Vamos participar do Círculo Bíblico na casa do fulano", "Vamos rezar a novena na casa de Cicrano", "Vamos pra Missa", ... "pra Celebração da Palavra na Comunidade" ... e a gente sempre ouve a resposta dos outros: "Agora não. Não posso. To cheio de trabalho, tenho muito serviço. Não vai dar. Quando eu tiver tempo eu vou". Mal imaginamos que quando dissemos estas coisas nós estamos recusando a parar os trabalhos para afinar o nosso machado, para depois voltar com mais empolgação e com mais energia ainda.
Pense bem no que a Palavra do Senhor pede pra você em sua vida...
Responda pra você mesmo:
1) Como frear o nosso ativismo hoje? As cidades não param de trabalhar, as pessoas não param para descansar, para aproveitar o tempo de lazer, o tempo com a família, o tempo para Deus e para a comunidade. Que atitude precisamos tomar?
2) Tenho dado atenção especial às visitas? Visito as pessoas e tenho tido alegria em receber os outros?
Deixe a Palavra de Deus visitar todos os espaços da sua vida e do seu coração...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
15º DOMINGO DO TEMPO COMUM
"A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração" (Dt 30,14)
Amigo(a) Internauta
A Palavra de Deus vem questionar o nosso agir cristão no mundo pedindo de nós um amor zeloso capaz de se solidarizar sobretudo com os mais necessitados, manifestando nossa misericórdia e compaixão.
Na 1ª leitura, o autor do Deuteronômio nos mostra que a Palavra de Deus não está distante da gente. Nem acima no céu nem do outro lado do mar, mas em nossa boca e em nosso coração. Então, por que distanciamos a Palavra de Deus da vida? Ou divorciamos a Palavra da prática cristã?
Esse distanciamento se torna mais evidente quando vemos concretamente nossa realidade: "coisas que são normais estão ficando anormais e coisas anormais estão se tornando cada vez mais anormais".
Um exemplo: Há pouco tempo ainda se ouvia na mídia a história de "um homem achou uma mala de dinheiro no aeroporto e este senhor só sossegou depois que achou o dono entregando-lhe tudo"... Ora não é que este ato deixou muitos expectadores de queixo caído? Uma raridade nos dias de hoje dizem as pessoas na rua. Não deveria ser uma raridade e nem as pessoas se assustarem. Deveria ser algum comum e natural de se acontecer a cada dia...
E os fatos recentes com as notícias de violência e assassinato que os notíciários estão veiculando com as mortes da advogada Mércia e da Modelo Eliza Samudio. A repercussão que esses fatos estão tendo em nossos lares e a apuração dos fatos nos deixam arrepiados. E aí a gente se pergunta? O que falta às pessoas para que esses fatos não aconteçam mais? Será que a Palavra de Deus está ficando tão estranha assim ao ser humano? As coisas simples e normais, cada vez mais raras e as coisas anormais, cada vez mais normais? Como frear isso?
Já no tempo de Jesus, coisas anormais pareciam ser normais. Através de uma parábola Jesus muda a mentalidade, ao relatar que um judeu espancado e caído à beira do caminho foi visto mas não recebeu ajuda de um sacerdote e de um levita. Como um judeu não é capaz de reconhecer outro judeu caído no chão, condenado à morte se não houver socorro? Essa anormalidade é questionada por Jesus quando aquele Mestre da Lei o interroga (Lc 10, 25-37): "E quem é o meu próximo?". Não era um ignorante que nada sabia, mas um especialista da Lei que tinha dificuldades em compreender quem era o seu próximo. Bem disse o poeta: "O essencial é invisível aos olhos". Jesus não responde objetivamente, mas exemplifica através da parábola do bom samaritano. Desta vez, Jesus responde mostrando que a verdadeira lei quebra os preconceitos e barreiras que nós mesmos criamos nos distanciando de Deus e dos outros. Próximo não é aquele que eu escolho, posso eleger segundo meus critérios. Próximo é aquele a quem eu me fizer próximo. Próximo é aquele cuja dignidade foi ferida e pisada e necessita do meu gesto para ser reerguida.
Independente das circunstâncias em que estamos vivendo hoje. É o Senhor quem nos pergunta: E aí, já descobriu, QUEM É O SEU PRÓXIMO HOJE?
sábado, 10 de julho de 2010
FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
Amigo(a) Internauta
A Igreja celebra a memória dos apóstolos Pedro e Paulo. Aquele que outrora era balançado pelos ventos e pelas ondas do mar, quando pescador, foi chamado por Jesus para se tornar rocha, pedra viva da sua Igreja, sobre a qual se erguerá a fé de tantos e tantas que se colocarão no seu seguimento. Paulo, homem culto e de fibra, que não foi chamado por Jesus, mas pessoalmente se intitulou apóstolo de Jesus, pela radicalidade com que assumiu a sua missão de levar a Palavra do Senhor a todos os confins. Não é à toa que ele é considerado como o apóstolo dos gentios (pagãos) enquanto que Pedro é considerado o apóstolo dos judeus.
Pedro e Paulo nos encorajam a abraçar hoje a nossa missão. Segundo o relato de At 12, 1-11, mesmo na prisão, Pedro não perde o folego e o desejo de anunciar Jesus. Ele tem consciência de que a Palavra não pode ficar algemada, por isso, ele confia na ação libertadora de Deus que age em seu favor, libertando-o do cárcere e fortalecendo-o no caminho do testemunho e do anúncio.
Paulo também nos dá um grande exemplo de permanecer na fé, mesmo diante das resistências. A perseverança de Paulo e o seu vigor animam os fiéis a seguir o Senhor, mesmo diante das tribulações. O testamento espiritual de Paulo, na Carta a Timóteo (2Tm 4,6-8.17-18) nos indica um caminho de vitória, se Cristo for a razão e o sentido do nosso peregrinar neste mundo.
Em tempos de heroísmo na Copa do mundo de 2010, São Paulo nos propõe correr atrás não atrás de uma taça, mas de uma coroa imperecível, que Cristo dará aqueles que lhe forem fiéis.
Na fé inabalável de Pedro, fé que se solidifica como rocha (Mt 16,13-19), o Senhor quer confirmar a nossa fé numa disponibilidade total ao seu serviço na Igreja. Há muitos ainda que estão na qualidade de expectadores da fé. Já foram batizados, não perdem os sermões ou as palavras de Jesus, mas ainda não se arriscaram num compromisso de vida assumindo um trabalho pastoral na Igreja para ser a extensão dos pés e das mãos habilidosas de Jesus no mundo de hoje.
Cristo quer ouvir do coração de cada um de nós a resposta da pergunta que ele dirige pessoalmente a nós: "E para você, quem sou eu?". É importante a resposta, pois ela selará definitivamente o que o Senhor representa na nossa vida. Só amamos quando conhecemos, não é possível seguir um ilustre desconhecido. O seguimento de Jesus só pode prosseguir se propiciar um conhecimento maior dAquele que nós seguimos, e se este conhecimento for regado a muito amor. Pois quanto mais conhecemos, mais nós O amamos. E quanto mais O amamos, mas nós queremos segui-Lo, dando a nossa vida pela mesma causa pela qual ele deu a sua própria vida.
Celebrando a fé de Pedro e Paulo, celebramos o dia do papa. Rezemos pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, para que possa realizar a vontade de Deus servindo ao rebanho que lhe foi confiado e sendo um sinal da unidade em toda a Igreja.
Se permita questionar diariamente:
Onde está o heroísmo da fé que você deposita no Senhor? O que ele te pede hoje? O que você está disposto a fazer por Ele?
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!
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