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terça-feira, 27 de abril de 2010

1º DE MAIO: DIA DO TRABALHADOR


1º de maio vem chegando, é propício refletir a importância e a dimensão que o trabalho tem em nossa vida cristã. Boa reflexão para você amigo (a) internauta:

O trabalho é lei da vida.

Em a natureza tudo trabalha...

Trabalham os vermes na intimidade da terra, tornando-a fofa e produzindo o humus nutriente para alimentar as plantas.

Trabalham os pássaros, na construção dos próprios ninhos e na disseminação do pólem das flores.

Trabalham as flores, doando seu perfume ao ar e permitindo o nascimento dos frutos.

Trabalham os insetos, polinizando as flores e desempenhando a parte que lhes cabe na estrutura do ecossistema.

Trabalham também os rios, fertilizando o solo e dessedentando homens e animais.

Trabalham as nuvens, fornecendo a chuva que rega as plantas e purifica a atmosfera.

Trabalham as árvores, abrindo seus galhos quais braços fraternos, acolhendo os ninhos e fazendo sombra na caminhada dos homens.

Trabalha igualmente o Sol, estrela incansável que jamais deixa de estender seus raios quentes, espancando as trevas e favorecendo a vida.

Trabalha a Lua, controlando as marés e deslumbrando os olhares apaixonados dos namorados, que sonham um dia poder oferecê-la a alguém em nome do amor.

Trabalham os oceanos, abrigando na intimidade várias formas de vida e transportando, em suas ondas, as embarcações, permitindo a ligação entre os Continentes.

Trabalha também o vento, acariciando com igual doçura os carvalhos gigantes e as pequeninas hastes da relva.

Tudo em a natureza trabalha...

E trabalham também os homens...

Quem aceitaria, de boa vontade, ser um caniço mudo e surdo quando tudo o mais canta em uníssono?

Mas todo trabalho é vazio, exceto quando há amor...

É pelo trabalho que nos unimos a nós mesmos, unindo-nos uns aos outros e a Deus.

E o que é trabalhar com amor?

É tecer o tecido com fios desfiados do nosso próprio coração, como se nosso bem-amado fosse usar esse tecido.

É construir uma casa com afeição, como se nosso bem-amado fosse habitar essa casa.

É semear as sementes com ternura e recolher a colheita com alegria, como se nosso bem-amado fosse comer os frutos.

É por em todas as coisas que fazemos um sopro da nossa alma...

Quando trabalhamos com amor, somos como uma flauta através da qual o murmúrio das horas se transforma em suave melodia, espalhando notas de alegria no ar, contagiando tudo o que nos rodeiam.


A câmara fotográfica nos revela por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.

Em tudo aquilo que façamos, na atividade que o Senhor nos haja oferecido, estamos colocando nosso retrato, nossa marca registrada.

E quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.

Pensemos nisso!


O Profeta, de Gibran Kalil Gibran, cap. O trabalho e Sinal Verde, caps. 17 e 18)

PARTICIPE DA MISSA DOS TRABALHADORES

ÀS 18h30 iniciando na comunidade Imaculada Conceição (Jd Bernadete) em procissão até a Igreja de Santa Luzia. Vamos rezar suplicando a intercessão de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores e trabalhadoras!

domingo, 25 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES


Rezemos neste dia Mundial de Oração pelas Vocações:

Senhor da messe
e pastor do rebanho,
faz ressoar em nossos ouvidos
o teu forte e suave convite:
"Vem e segue-me"!
Derrama sobre nós o teu Espírito,
que Ele nos dê sabedoria
para ver o caminho
e generosidade
para seguir a tua voz.

Senhor,
que a messe não se perca
por falta de operários.
Desperta as nossas comunidades
para a missão.
Ensina a nossa vida
a ser serviço.
Fortalece os que querem
dedicar-se ao Reino,
na vida consagrada e religiosa.

Senhor,
que o rebanho
não pereça por falta de pastores.
Sustenta a fidelidade
dos nossos bispos,
padres e ministros.
Dá perseverança
aos nossos seminaristas.
Desperta o coração
dos nossos jovens
para o ministério pastoral
na tua Igreja.

Senhor da messe
e pastor do rebanho,
chama-nos para o serviço
do teu povo.
Maria, Mãe da Igreja,
modelo dos servidores do Evangelho,
ajuda-nos a responder "sim".

AMÉM!

DOMINGO DO BOM PASTOR


Neste 4º DOMINGO DA PÁSCOA celebramos o DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES. A Igreja nos convida a contemplar a imagem viva de Cristo - Bom Pastor - que dá a vida pelas ovelhas. Ele é Bom Pastor que conhece, ama e cuida das ovelhas. Cura as que estão feridas e reconduz ao bom caminho aquelas que extraviaram.
Em tempos de lobos vestidos em peles de ovelhas, é preciso discernir a voz do Pastor. Faz-se necessário escutar a voz do Pastor que chama as ovelhas pelo nome e pede que elas sigam a sua voz.
A imagem do pastor, muito comum junto ao povo de Israel , é distante para nós. Grande parte da terminologia bíblica emprega a linguagem rural, enfocando os aspectos da vida do campo e os fenômenos da natureza. As pessoas a quem estes escritos foram originalmente dirigidos eram, em sua maioria, gente simples, de vida nômade, sempre em contato com a natureza, rodeada pela atmosfera livre dos campos.
Querendo penetrar nas riquezas do conteúdo bíblico da imagem do pastor, buscaremos conhecer mais a fundo o trabalho, as alegrias e dificuldades de um pastor, a fim de podermos entender melhor porque Jesus escolheu esta imagem para revelar a grandeza do seu amor e, consequentemente, vamos nos sentir mais comprometidos e responsáveis na missão de pastorear com Jesus e como Jesus.
Que o Senhor nos anime na busca de compreensão da missão do pastor, levando-nos a sentir a alegria e ao mesmo tempo a responsabilidade de pastorear o rebanho que Ele nos confiou.

As funções do pastor bíblico

Antes da formação literária do AT, a atribuição do título de pastor à divindade já era conhecida na cultura egípcia e na mesopotâmica. Um hino egípcio que celebra o Sol como bom pastor da humanidade, assim se expressa:
“Tu és bom para cada um, tu, pastor, que conheces a compaixão, que escutas o grito de quem te chama, que volves o coração e fazes vir a brisa”.
Estes elementos nos ajudam a entrever a riqueza da concepção teológica e da experiência espiritual dos povos do antigo oriente médio em face do deus-pastor. A originalidade de Israel supõe essas expressões das culturas vizinhas. O AT, por assim dizer, relê na Torá, nos Profetas e nos Salmos essa teologia comum aos povos da região.
No AT, o título de pastor aplicado a Javé é certamente antigo: Gn 49,24 (J); 48,15 (E), porém, raramente usado: apenas quatro vezes! Frequente é a terminologia pastoril referida a Javé, e os verbos que indicam as funções do pastor.
É como pastor que Ele vai à frente do seu rebanho (Sl 68,8), e o guia (Sl 23,3), o conduz (Is 40,11; Sl 23,2) às pastagens (Jr 50,19), aos lugares de repouso junto às fontes (Sl 23,3), o protege com o cajado (Sl 23,4), chama as ovelhas dispersas (Zc 10,8), as reúne (Is 56,8), carrega os cordeiros nas dobras de seu manto, conduz lentamente as ovelhas que amamentam (Is 40,11). Especialmente no Salmo 23, a imagem do bom pastor atribuída a Javé atinge o auge de seu significado: é a que melhor exprime o quanto Israel se sente seguro junto ao seu Deus.

a) Conduzir e providenciar alimento

No Oriente, o pastor é aquele que “caminha à frente” das ovelhas. O verdadeiro pastor é aquele para quem nenhum problema é grande demais, no que diz respeito ao cuidado pelo rebanho. É um criador que sobressai em seu amor pelo rebanho - ama todas as ovelhas por elas mesmas. Ele reconhece que as ovelhas exigem um cuidado imenso,e se for preciso, trabalha por elas as 24 horas do dia. A sua recompensa está em ver as ovelhas alimentadas, seguras, crescendo sob seus cuidados. Por isso, o pastor não poupa esforços, dificuldades e trabalhos no sentido de conduzi-las com segurança .
Os verbos conduzir e guiar, teologicamente, indicam a profunda experiência que Israel fez de ser guiado e conduzido por Deus. O núcleo dessa experiência é o Êxodo do Egito: “Conduziste com a tua misericórdia este povo que redimiste e o guiaste com tua força para a tua santa morada” (Ex 15,13).
Embora já nas tradições que se referem ao patriarca Jacó (Gn 48,15 e 49,24s) Deus apareça como guia no caminho, são contudo os Salmos que revelam toda a riqueza dessa concepção: 23; 28; 48; 77; 78; 80 . “Javé é meu pastor... Guia-me para águas tranquilas, conduz-me por caminhos de justiça por causa do seu nome” (Sl 23,2-3).
Ligada à tarefa de conduzir, outra função importante para o pastor é providenciar o alimento. Apascentar significa procurar e prover alimento(pastagens), água, enfim , encontrar os caminhos que asseguram a vida do rebanho. A nível teológico, esta função do pastor configura o conceito de providência. O Senhor é o pastor que se preocupa com a vida de seu rebanho. O Sl 23 expressa toda a confiança que o povo tem em Javé que provê: “O Senhor é meu pastor , nada me falta”.
Já na peregrinação pelo deserto, o milagre do maná e das codornizes (Ex 16,12s) é conteúdo da memória histórica de Israel. Este fato está na raiz do v. 5 do Sl 23: Israel sabe que o Senhor é quem lhe prepara uma mesa no deserto. É por isso que se sente rebanho do pasto de Javé: Sl 74,1; 79,13; 95,7; 110,3.
Nos profetas, encontramos o pastor que provê em Is 14,30; 49,9-10; Ez 34,14s; Sf 2,7. “Apascentá-las-ei em um bom pasto. Sobre os altos montes de Israel terão as suas pastagens.Aí repousarão em um bom pasto e encontrarão forragem rica sobre os montes de Israel”(Ez 34,14s).
As ovelhas são, reconhecidamente, criaturas que observam hábitos. Se entregues a si mesmas, seguirão sempre os mesmos caminhos até que estes se tornem gastos. Pastam nas mesmas colinas até que elas fiquem destituídas de vegetação e infestadas de parasitas , de todos os tipos. O resultado final é que tanto a terra se torna imprestável, como o proprietário fica arruinado e o rebanho magro e doente. O melhor recurso de que o pastor pode lançar mão na criação das ovelhas é mudar sempre de pasto. Essa medida evita que o capim seja destruído por pastarem demasiadamente. Evita também que a formação de sulcos nos trilhos por onde caminham sempre, cause erosão da terra, pelo excesso de uso. Ademais, previne a recontaminação das ovelhas pelos seus próprios vermes e enfermidades, já que elas se mudam dos terrenos poluídos antes que esses organismos completem seu ciclo de vida.
O Senhor é o pastor que me conduz, nada me falta!
As ovelhas se desenvolvem bem em terrenos secos e semi-áridos, porém elas precisam de água. O organismo de uma ovelha tem 70% de água, em média. A água , portanto, determina a vitalidade, a força e o vigor da ovelha, sendo essencial ao seu bem estar geral e saúde. Se o suprimento de água para o animal diminui, começa a desidratação, que pode implicar em que o animal fique fraco e debilitado.
Através da sede, o animal indica a necessidade que o organismo está sentindo de água, a ser suprida por uma fonte externa. Quando as ovelhas estão sedentas, tornam-se inquietas, e partem à procura de água para se satisfazerem. Se não forem conduzidas às verdadeiras fontes, muitas vezes acabarão abeberando-se em poças poluídas, onde contraem vermes causadores de doenças. Daí a função do pastor de providenciar a água pura para o rebanho.
Para as águas tranquilas me conduz e restaura as minhas forças!
Outro modo da ovelha receber a água pura acontece através da relva orvalhada. Quando não faz muito calor, as ovelhas podem passar meses a fio quase sem beber água, desde que ela coma relva orvalhada da manhã. As ovelhas têm o hábito de despertar bem cedo e começar a pastar. E quando o luar está claro, pastam à noite. Nas primeiras horas do dia, a vegetação ainda está coberta de orvalho, e o rebanho se mantém com a quantidade de líquido ingerida juntamente com a relva, quando pasta antes do amanhecer.
Naturalmente, o orvalho é fonte de água pura e limpa. E não há ilustração mais resplendente das águas tranquilas do que as gotinhas prateadas de umidade pesando nas folhas e na relva, ao nascer do dia.
O bom pastor, o criador dedicado, providencia para que seu rebanho saia logo cedo, e vá pastar nesta relva molhada de orvalho. Talvez isso signifique que ele próprio tenha que levantar-se também para sair com elas. Seja no pasto da fazenda ou nas pastagens das montanhas, ele deve cuidar para que suas ovelhas comecem a pastar cedo.
Os países possuidores dos maiores rebanhos de ovinos localizam-se em regiões áridas e semi-áridas. A maioria das raças de ovelhas prospera melhor nesse tipo de terreno. Nesses lugares onde o clima é seco, elas se acham menos expostas a problemas de saúde e a parasitas. Mas nestas regiões, também , não é natural nem comum encontrarem-se pastos verdejantes. Na Palestina, por exemplo, a terra é seca, estéril e desértica.
Os pastos verdejantes não surgiam como que por encanto. Resultavam de um labor intenso, mais o emprego de tempo e habilidades no lavrar a terra. Tinham que limpar o solo árido e áspero; arrancar espinheiros, raízes e tocos de árvore; arar profundamente e preparar o solo; semear e plantar grãos e ervas especiais; irrigar e cuidar das plantações de forragem que iriam servir para alimentar o rebanho.
Tudo isso implicava em muito trabalho bem como no emprego de tempo por parte do pastor diligente. Se ele quisesse que as ovelhas desfrutassem de pastos verdejantes por entre as colinas ressequidas e estéreis, teria que trabalhar muito.
Mas para haver sucesso na criação de ovelhas, é essencial que se tenha pastos verdejantes. Quando os cordeiros estão crescendo e as fêmeas precisam de relva verde e suculenta para produzir um leite gordo, nada substitui o pasto. Nenhum espetáculo é mais grato ao coração do criador do que ver seu rebanho, depois de bem alimentado até a satisfação plena, deitar-se para descansar e ruminar e se desenvolver.
Um fato estranho com relação às ovelhas é que, por sua própria constituição, é quase impossível repousarem se não lhes forem satisfeitas quatro condições.
. Devido à sua timidez, elas se recusam a deitar-se a não ser que estejam plenamente tranquilos e sem temores.
. Por causa de seu comportamento social, no grupo do rebanho, não se deitam enquanto houver quaisquer atritos com outras ovelhas.
. Se estiverem sendo importunadas por moscas e parasitas, também não se deitarão. Só conseguem relaxar quando estão livres dos insetos.
. Por último, as ovelhas não se deitam enquanto estiverem com fome. Precisam estar bem alimentadas para fazê-lo.
Somente a presença do pastor pode proporcionar-lhes esta tranquilidade, livrando-as de suas ansiedades, a fim de que possam repousar em pastos verdejantes.
Em verdes pastagens, Ele me faz repousar!
Tudo isso o Senhor realiza por nós. Dizer que o Senhor é o pastor que me conduz nos bons caminhos e para as águas tranquilas, é deixar-se orientar por Ele, sentir-se objeto de seu interesse e cuidado intenso, é sentir-se membro do seu rebanho, ser da sua propriedade. Agora, dizer que eu sou pastor com o Senhor é uma grande responsabilidade, pois devo conduzir pelos bons caminhos e para as águas tranquilas o povo de minha paróquia, que o Senhor que confiou. Num rebanho, a sorte de uma ovelha, de um cordeiro, depende grandemente do tipo de pessoa que é o seu pastor. Pois, o verdadeiro pastor deve se empenhar constantemente pelo rebanho, se quer que ele cresça e se desenvolva. As ovelhas não cuidam de si mesmas, como supõem alguns. Mais que qualquer outro tipo de criação, elas exigem atenções infindas e cuidados meticulosos. O rebanho que o Senhor me confiou, pode se dizer um rebanho de sorte porque eu sou o pastor, que representa o próprio Deus e que se dedica pelo seu crescimento?
Não foi por acaso que Deus resolveu chamar-nos de seus cordeiros e ovelhas. O comportamento do ser humano é semelhante ao do rebanho sob muitos aspectos, como temores, timidez, teimosia, insensatez, insegurança, hábitos perversos. Apesar de todas essas características, que temos em maior ou menor escala, o Deus-Pastor nos ama, nos chama pelo nome, nos torna sua propriedade, se alegra em cuidar de nós e nos convida a ser pastores com Ele.

b) Vigiar, defender, libertar do perigo

Estes verbos refletem a segunda característica marcante da ação do pastor. “De dia, o pastor é guia. De noite, guarda. Enquanto as ovelhas dormem, ele vigia”.
Esta função de defesa e proteção diante do perigo se amplia quando acontece de alguma ovelha se perder: o pastor volta e vai seguindo o seu rastro, chamando até encontrá-la. No plano teológico, a imagem de Deus guarda e defensor se afirma como “aquele que não dorme nem cochila”, vigilante para que nenhum perigo ponha em risco a segurança de seu povo.
Neste sentido, a Bíblia apresenta uma originalidade perante as concepções religiosas do Egito e da Mesopotâmia. Javé é o pastor que não somente reúne o seu rebanho (no Egito, as ovelhas estão presentes ao Deus que das alturas atinge a todos com os seus raios, que são suas mãos: neste sentido, ele as reúne), Javé procura. Especialmente no cap. 34 de Ezequiel, todo ele dedicado ao tema do pastoreio, uma das acusações aos maus pastores de Israel é esta: “Não procurastes a ovelha perdida”. Javé, ao contrário, envolve-se pessoalmente, desce, não permite que o rebanho se disperse. “Irei à procura da ovelha perdida” (v.16).
Além de procurar, e de procurar até encontrar (Ez 34,11), Javé é aquele que liberta, que tira as ovelhas extraviadas dos lugares de dispersão e de escravidão.
Jr 23,3 tem diante dos olhos a dispersão do povo, causada pela irresponsabilidade e pela ineficiência dos últimos reis de Judá, que causaram a derrota e deportação para a Babilônia. Por isso, não se trata mais de tirar o povo da escravidão do Egito, mas de tirá-lo da dispersão em que se encontra. Não é possível contar com os guias políticos e religiosos. É o Senhor mesmo que intervirá para realizar um novo Êxodo: “Eis que os trago do país do Norte, reúno-os dos confins da terra” (Jr 31,8).
Esta ação congregadora tem em vista salvar o rebanho, cume do processo de libertação: “Em seus dias, Judá será salvo e Israel habitará em segurança”(Jr 23,6a).
Também o Sl 121, através da imagem do Deus-guarda, salienta esta dimensão do sentir-se seguro junto de Javé:
“Não te deixará tropeçar, o teu guarda jamais dormirá! Sim, não dorme nem cochila o guarda de Israel. Javé é teu guarda... Javé te guarda de todo mal, Ele guarda a tua vida.
Javé guarda a tua partida e chegada, desde agora e para sempre”(vv.3-8). Nesta tarefa de vigiar, defender e libertar do perigo, o pastor enfrenta dificuldades, pois as ovelhas são caracterizadas como animais muito medrosos, que se assustam com facilidade. Até um coelho, que salta de repente por detrás de uma moita, pode provocar um estouro do rebanho. Quando uma ovelha assustada dispara a correr, dezenas de outras ovelhas saltarão com ela, num terror cego, sem procurar ver o que provocou o susto. Por isto, o que mais tranquiliza o rebanho é ver o pastor no campo. Ele é quem proporciona as condições adequadas para as ovelhas descansarem com segurança, através de sua presença.
O verão é a época em que as ovelhas são tiradas do aprisco e conduzidas aos pastos verdejantes, às aguas tranquilas, pelos vales das montanhas até aos pastos do planalto. Contudo, nesta época também podem surgir perturbações, pois é no verão que as ovelhas são atacadas por moscas e carrapatos, que podem lhes trazer infecções e sarna. Os pequeninos insetos ficam a voejar ao redor da cabeça da ovelha tentando depositar os ovos na mucosa úmida da narina do animal. Se isto acontece, provoca uma irritação intensa, acompanhada de inflamação, podendo levar a ovelha à cegueira. Quando atormentadas por insetos, as ovelhas ficam sempre em pé, sacudindo as pernas, abanando a cabeça, sempre querendo correr em busca de alívio.Somente uma atenção constante, por parte do pastor, para o comportamento dos animais pode prevenir as dificuldades que surgem nesta época de moscas. Ele deve aplicar um antídoto na cabeça do animal, feito de óleo de linhaça, sulfa e alcatrão, a fim de defendê-lo da infecção. Essa providência opera uma transformação nos animais, trazendo uma mudança imediata em seu comportamento. Desaparecem a importunação, inquietação, a irritabilidade e o desassossego.
O verão, para as ovelhas, não é apenas a época de moscas, mass também de sarna, causada por um parasita pequenino, microscópico, que prolifera na época do calor, e espalha pelo grupo, passando de um animal infectado para outro. Nesse caso, também, como no das moscas, o único remédio eficaz é a aplicação, em todo o corpo do animal, do óleo de linhaça com sulfa e outras substâncias químicas que podem contralar essa alergia. Cada animal deve ser coberto por essa solução especial, de modo que todo o corpo fique bem molhado. A parte mais difícil é a cabeça, que deverá ser mergulhada diversas vezes, assegurando-se de que a sarna foi eliminada. Muitos pastores têm grande cuidado, e fazem o tratamento da cabeça à mão.
Unges-me a cabeça com óleo...
Outro fato que dificulta a vida do pastor está na tensão, rivalidade e disputa dentro do próprio rebanho. Em geral uma ovelha mais velha e dominadora se arvora em líder do grupo das ovelhas. Ela mantém sua posição de prestígio com marradas, isto é, empurrões com a cabeça e com os ombros, expulsando as outras das melhores partes dos pastos ou de um recanto predileto. Sucedendo a essa ovelha numa ordem precisa, seguem-se os outros animais, todos estabelecendo e mantendo uma posição exata no rebanho pelo emprego das marradas e empurrões, contra aquelas que se acham abaixo ou são mais fracas e menores.
Este mecanismo é retratado de forma viva em Ez 34, 20-21: “Assim diz o Senhor Javé: vou me colocar como juiz entre a ovelha gorda e a ovelha magra. Com as ancas e os ombros, vocês empurram as ovelhas mais fracas e ainda lhes dão chifradas, até expulsá-las para longe”.
Por causa deste senso de rivalidade e competição pela posição melhor, existe o conflito no rebanho, que impede às ovelhas de repousarem tranquilamente. Mas quando o pastor aparece, o rebanho nota a sua presença, esquece a rivalidade e pára de lutar.
Esta realidade também pode ser aplicada à nossa vida paroquial e presbiteral. Quanta competição, desentendimento e busca de prestígio existe entre nossos paroquianos? Quantas vezes vivemos a rivalidade buscando uma posição melhor, mais cômoda e tranquila, querendo sobressair sobre os outros, julgando-nos melhores que os outros? Sem o perceber, acabamos assumindo a mentalidade e as atitudes competitivas do mundo, caindo nas malhas da busca do poder, para ter e viver em prazer.
Neste rebanho onde Cristo é o Pastor e nós somos membros do seu rebanho, somente a busca sincera de conversão a Ele e ao seu Evangelho, pode nos dar a segurança e nos fazer viver em unidade.
Neste rebanho, com Cristo, nós somos chamados a ser pastores. Por isso, também nós devemos ouvir com atenção aquilo que o próprio Deus fala aos pastores em Ez 34, procurando analisar a nossa conduta, reconhecendo nossas falhas e buscando uma sincera conversão.
Neste relato de Ez 34 , as críticas são dirigidas aos maus pastores. O mau pastor é aquele que julga que as ovelhas não precisam de cuidados, que é suficiente colocá-las no pasto, pois elas pastam por conta própria, como queiram. Isso torna as ovelhas presa fácil de lobos, onças e cães. O mau pastor não se importa em providenciar abrigos para protegê-las nas tempestades, nem se preocupa se elas têm que mascar relva seca no inverno, ou por estarem bebendo água poluída e barrenta. Tudo isso deixa as ovelhas doentes e fracas. Porque é mau pastor, ele ignora a carência de suas ovelhas e até sorri porque elas estão destinadas ao matadouro e não precisam de muita atenção.
São palavras muito duras e diretas dirigidas a esses maus pastores e que hoje devem servir para nós de exame de consciência sobre a nossa missão de pastorear com Cristo. Ouçamos o que o Senhor nos diz em Ez 34, 1-10.
Santo Agostinho referindo-se aos mercenários, maus pastores, tem palavras não menos duras que o profeta Ezequiel, quando diz: “existem alguns na Igreja que foram revestidos de autoridade, dos quais o apóstolo Paulo fala: buscam os próprios interesses e não os de Cristo (Fl 2,21). O que quer dizer: buscam os próprios interesses? Quer dizer que o seu amor por Cristo não é desinteressado, não buscam a Deus por Deus; buscam vantagens e comodidade temporal, são ávidos de dinheiro, desejam as honras terrenas. Estes, que amam tais coisas e por elas servem a Deus, são os mercenários; não podem se considerar filhos”. (Tratado sobre João 46,5s).
Que estas duras palavras de Ezequiel e Agostinho não venham nos amedrontar, mas nos ajudar na conscientização de nossas fraquezas e omissões pastorais, despertando nova luz para a realidade do pecado, que é sempre um convite à conversão e à acolhida da misericórdia.

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Era uma vez, o amor…


ele morava numa casa repleta de estrela e enfeitada de sol.
Luz não havia na casa do amor, afinal, a luz era o próprio amor.
E uma vez o amor queria uma casa mais linda para si.
Então fez a terra, e na terra fez a carne, e na carne soprou a vida e na vida imprimiu a imagem de sua semelhança.
E chamou a vida de homem.
E, dentro do peito do homem, o amor construiu sua casa, pequenina, mas palpitante, inquieta e insatisfeita como o próprio amor.
E o amor foi morar no coração do homem.
E coube todinha lá dentro porque o coração do homem foi feito do infinito.
Uma vez…. o homem ficou com inveja do amor.
Queria para si a casa do amor, só para si.
Queria a felicidade do amor, como se o amor pudesse viver só.
Então o amor foi-se embora do coração do homem.
O homem começou a encher seu coração, encheu-o com todas as riquezas da Terra e ainda ficou vazio. (Ele sempre tinha fome).
E continuava com o coração vazio.
E uma vez…
resolveu repartir seu coração com as criaturas da Terra.
O amor soube…
vestiu-se de carne e veio também receber o coração do homem.
Mas o homem não reconheceu o amor e o pregou numa cruz.
E continuou a derramar suor para ganhar a comida.
O amor teve uma idéia: Vestiu-se de comida, se disfarçou de pão e ficou quietinho…
Quando o homem ingeriu a comida o amor voltou à sua casa, no coração do homem.
E o coração do homem se encheu de plenitude.

(Autor desconhecido)

terça-feira, 20 de abril de 2010

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA


Ó Sagrada Família de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade; dá-nos a disposição de ouvir as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres; ensina-nos a necessidade do trabalho de preparação, de estudo, da vida interior pessoal, da oração, que só Deus vê secretamente, ensina-nos o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável.
Deus Pai, nós te pedimos por nossa família. Queremos ser sua pequena Igreja doméstica e que nosso lar reflita o amor com que nos criaste, livre e fortalecido. Ajuda-nos a nos manter unidos e a viver nossa fé comum nesta sociedade que não favorece os valores familiares.
Que nos amemos cada dia mais, sabendo compartilhar, com generosidade, os bens materiais e espirituais. Ensina-nos a crescer na santidade de vida.
Que os mais velhos saibam dar bom exemplo no cumprimento de nossos deveres cristãos. E que os mais jovens aprendam a viver no amor e a descobrir sua própria vocação na vida.
Dá-nos força para viver um amor incansável, sendo solidários com outras famílias necessitadas de pão, justiça, amor e compreensão.
Virgem Maria, Mãe da Igreja, protege-nos e dá-nos o amor com que Cristo nos amou. Amém.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

3º Domingo da Páscoa


O Evangelho deste domingo (Jo 21,1-19) nos apresenta a pesca milagrosa e o belíssimo diálogo de Jesus Ressuscitado com Pedro. As angústias e as incertezas tomam conta dos corações dos discípulos, eles velejam sem esperança e sem rumo, voltam ao que eram antes, simples pescadores. Mas nem assim obtém êxito. A voz estranha que irrompe o fracasso humano os convida a lançar as redes para o outro lado e o resultado é a abundância. Nisso o discípulo amado reconhece o Senhor e Pedro se lança à procura dAquele que lhe pode dar nova dignidade e fazer reacender as novas esperanças.


O Ressuscitado já está à margem, com um banquete preparado, oferecendo o que os discípulos necessitam para tomar parte da sua missão, radicada na justiça e na solidariedade cristã. Em seguida, Jesus tem um diálogo mais íntimo com Pedro, confirmando sua fé e seu amor que outrora conheceram o caminho da negação e da omissão.


A pergunta de Jesus também é para cada um de nós: "Você me ama?" ou "Você me ama mais que os outros?". Esse "amor" tem sido testemunhado por obras ou gestos concretos?


Que a sua resposta seja a tua oração e a inspiração para que possas ajudar o Senhor na vasta missão de apascentar o seu rebanho.


No íntimo do seu coração reze a seguinte oração: Ajuda-me, Senhor!


Ajuda-me, Senhor, a amar como Tu me amas

e a compreender como Tu me compreendes.

Ensina-me, Senhor, a aceitar os outros como Tu me aceitas,

respeitando-os como tu me respeitas

e suportando-os com paciência, como Tu me suportas com paciência infinita.

Ajuda-me, Senhor, a perdoar como Tu me perdoas

e a fazer pelos outros todo o bem que fazes por mim.

Senhor, tu me que aceitas como eu sou,

ajuda-me a ser o que Tu queres que eu seja. Amém!


(Frei Anselmo - adaptado)

domingo, 11 de abril de 2010


2º DOMINGO DA PÁSCOA (11 de abril de 2010)

Festa da Divina Misericórdia

"Dai graças ao Senhor porque Ele é bom. Eterna é a sua misericórdia!" (Sl 117/118)

Amado (a) internauta:

O Evangelho deste domingo (Jo 20,19-31) relata a Aparição do Ressuscitado para a Comunidade amedrontada que está com as portas fechadas. O Ressuscitado saúda com a paz messiânica e recria a nova comunidade ao soprar sobre eles e ao conferir o ministério da reconciliação para serem instrumento da sua misericórdia a todos os corações feridos.

O Ressuscitado aparece novamente, desta vez, tendo a presença de Tomé que havia duvidado da sua Ressurreição. Tomé sinaliza aqueles que tem dificuldades para crer, querem uma prova para proclamar a sua fé e estão mergulhados num oceano de incertezas e inseguranças.

O mesmo acontece conosco quando à beira do desespero, do sofrimento e das situações difíceis parecemos duvidar da presença e da ação de Deus em nossa vida. Interessante notar no relato joanino que quando Jesus mostra os sinais dos cravos e do seu lado, Tomé não ousa sequer tocá-los. Jesus o interpela a ser um homem de fé e ele imediatamente faz a proclamação no mistério pascal do Senhor: "Meu Senhor e meu Deus!".

Para a semana vamos nos perguntar:

a) As portas do meu coração estão abertas para Cristo ou ainda estão timidamente fechadas por conta do medo que me paralisa e impede de crescer na fé?

b) Cristo institui seus discípulos como ministros da sua misericórdia aos irmãos. Como tenho experimentado a misericórdia de Deus? Tenho sido misericordioso com meus irmãos e irmãs?

c) O que a minha fé me leva a dizer a Deus? Tenho colocado obstáculos para acreditar na presença de Deus em meu cotidiano?

Tomé percebe que a presença de Cristo se torna mais visível na Comunidade reunida. Procure também participar da vida da sua comunidade. Faça dela a fonte de onde jorra a misericórdia e a paz do Senhor que o (a) convida a testemunhar corajosamente a sua fé!

Assim poderemos recitar como o salmista: "Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação. Ó Senhor, dai-nos também prosperidade. Bendito seja em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando. Desta casa do Senhor vos bendizemos, que o Senhor e nosso Deus nos ilumine"...

quarta-feira, 7 de abril de 2010


MENSAGEM DE PÁSCOA


PÁSCOA É...


Ajudar mais gente a ser gente

É viver em constante libertação

É crer na Vida que vence a morte.


É renascimento, é recomeço

É uma nova chance para a gente melhorar

as coisas que não gostamos em nós


Para sermos mais felizes por conhecermos

a nós mesmos mais um pouquinho

e vermos que hoje somos melhores do que fomos ontem.


É tempo de Amor, de família e de paz...

É tempo de agradecermos discretamente por

tudo o que temos e por tudo o que teremos.


É um sentimento em nossos corações

de esperança, fé e confiança.


É dia de milagres, é dia dos nossos sonhos

parecerem estar mais pertos


É tempo de de interiorização por tudo o que tem sido

e uma antecipação de tudo o que será.


É hora de lembrar com amor e apreciação

as pessoas em nossa vida que fazem a diferença!

Pense nisso!

Blog da Paróquia Sagrada Família


Olá blogueiros de plantão!
Bem vindos (as) à pagina do blog da Paroquia Sagrada Família (Itajubá - MG)


A Paróquia Sagrada Família, Itajubá - MG, está entrando no mundo virtual. Em breve terá o seu site, orkut, twitter e facebook.

Hoje estamos começando com um blog!

Queremos colocar aqui mensagens, notícias e assuntos que vão contribuir para o crescimento e o amadurecimentos dos fiéis.

Junte-se à nossa família, torne um seguidor de nossa comunidade virtual.

Teremos o enorme prazer em evangelizar por este espaço tão significativo no mundo contemporâneo!

Fraterno abraço!

Paz e bem!!!
Feliz Páscoa!


Pe. Clemildes

Administrador Paroquial


CLIPE CATÓLICO DO MÊS