CLIQUE E LEIA MAIS...

domingo, 2 de maio de 2010

5º DOMINGO DA PÁSCOA


Amigo(a) internauta

Durante todo o tempo pascal a Igreja nos faz contemplar o Ressuscitado e o fruto da sua obra: o dom do Espírito, a nossa santificação, os sacramentos que nascem do seu lado aberto, a Igreja, sua Esposa, desposada no leito da cruz…

Hoje, precisamente, é para a Igreja, comunidade nascida da morte e ressurreição de Cristo, que a Palavra de Deus orienta o nosso olhar.

Primeiramente, é necessário que se diga sem arrodeios: Cristo sonhou com a Igreja, a amou e fundou-a. A Igreja, portanto, é obra do Cristo, foi por ele fundada e a ele pertence! Ela não se pertence a si mesma, não se pode fundar a si própria, não pode estabelecer ela própria a sua verdade. Tudo nela deve referir-se a Cristo e a ele deve conduzir! Mas, há mais: não é muito preciso, não é muito correto dizer que Cristo “fundou” a Igreja. Não! A fundação da Igreja não terminou ainda: Cristo continua fundando, Cristo funda-a ainda hoje, ainda agora, nesta Eucaristia sagrada! Continuamente, o Cordeiro de pé como que imolado, Cabeça da Igreja que é o seu Corpo, funda, renova, sustenta, santifica, sua dileta Esposa pela Palavra e pelos sacramentos: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentá-la a si mesmo a Igreja, gloriosa, se mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível!” (Ef 5,25-27). São afirmações impressionantes, belas, profundas:
(1) Cristo amou a sua Igreja e, por ela, morreu e ressuscitou;
(2) pela sua morte e ressurreição, de amor infinito, ele purifica continuamente a sua Igreja, santifica-a totalmente, sem desfalecer. Por isso a Igreja é santa, será sempre santa e não poderá jamais perder tal santidade, apesar das infidelidades de seus membros!
(3) Este processo de contínua fundação e santificação da Igreja em Cristo dá-se pelo “banho da água” – símbolo do Batismo e dos sacramentos em geral – e pela “Palavra” – símbolo da pregação do Evangelho.
Então, Cristo continua edificando sua Igreja neste mundo pela Palavra e pelos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. A Igreja não se pertence: ela é de Cristo! E, como esposa de Cristo, é nossa Mãe: ela nos gerou para Cristo no Batismo, para Cristo ela nos alimenta na Eucaristia e de Cristo ela nos fala na sua pregação! Ela é a nossa Mãe católica, desposada pelo Cordeiro imolado na sua Páscoa, como diz o Apocalipse: “estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente!” (19,7s).

Pois bem, esta Igreja, tão amada por Cristo, tão nossa Mãe, deve caminhar neste mundo nas dores de parto. Temos um exemplo disso na primeira leitura da Missa de hoje. Paulo e Barnabé vão animando as comunidades, “encorajando os discípulos … a permaneceram firmes na fé”, pois “é preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. Assim caminha o Povo de Deus, Comunidade fundada por Cristo e vivificada pelo seu Espírito: entre as tribulações do mundo e as consolações de Deus. Muitas vezes, a Igreja enfrentará dificuldades por parte de seus inimigos externos – aqueles que a perseguem direta ou veladamente, aqueles que desejam o seu fim e, vendo-a com antipatia, trabalham para difamá-la. Mas, também, muitas vezes, a provação vem de dentro da própria Igreja: das fraquezas de seus membros, dos escândalos provocados pela humana fraqueza daqueles que deveriam dar exemplo de uma vida nova em Cristo Jesus. Se é verdade que isto não fere a santidade da Igreja – porque essa santidade vem de Cristo e não de nós -, por outro lado, é verdade também que nossos escândalos e maus exemplos atrapalham e muito a credibilidade do nosso anúncio do Evangelho e a credibilidade do próprio Evangelho como força que renova a humanidade! Infelizmente, enquanto o mundo for mundo, enquanto a Igreja estiver a caminho, experimentará em si a debilidade de seus membros. Assim, foi no grupo dos Doze, assim, nas comunidades do Novo Testamento, assim é hoje. É interessante que o Evangelho de hoje começa com Judas, o nosso irmão, que traiu o Senhor, saindo do Cenáculo, saindo do grupo dos Doze, saindo da Comunidade: “Depois que Judas saiu do cenáculo”… – são as primeiras palavras do Evangelho… E, no entanto, apesar da fraqueza de Judas e dos Doze, apesar da nossa fraqueza, Jesus continua nos amando e crendo em nós: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”. Não tenhamos medo, não desanimemos, não nos escandalizemos: o Senhor está conosco, ama-nos, porque somos o seu rebanho, as suas ovelhas, a sua Igreja. Ama-nos e derramou sobre nós o seu amor e sua força que é o Espírito Santo!

Se agora vivemos entre tribulações e desafios, nossa esperança é firmemente alicerçada em Cristo; nele, venceremos, nele, a Mãe católica, um dia, triunfará, totalmente glorificada e tendo em seu regaço materno toda a humanidade. Ouçamos – é comovente: “Vi um n ovo céu e uma nova terra… O primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe” – o Senhor nos promete um mundo renovado, sem a marca do pecado, simbolizado pelo mar. “Vi a Cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido”. – É a Igreja, totalmente renovada pela graça de Cristo, totalmente Esposa, numa eterna aliança de amor, realizada na Páscoa e consumada no fim dos tempos! “Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão seu povo, e o próprio Deus estará com eles”. – A Igreja é o “lugar”, o “espaço” onde o Reino acontece visivelmente: Deus, em Cristo, habita no nosso meio e será sempre “Deus-com-eles”, Deus-conosco, Emanuel! “Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, nem morte, porque passou o que havia antes. Aquele que está sentado no trono disse: ‘Eis que eu faço novas todas as coisas’”.

Caríssimos, olhem para mim, olhem-se uns para os outros! Somos a cara da Igreja, o cheiro da Igreja, a fisionomia da Igreja, a fraqueza e a força, a fidelidade e a infidelidade, a glória e a vergonha da Igreja! Tão pobre, tão frágil, tão deste mundo… mas também tão destinada à glória, tão divina, tão santa, tão católica, tão de Cristo! Coragem! Vivamos profundamente nossa vida de Igreja; é o único modo de ser cristão como Cristo sonhou! Soframos as dores e desafios da Igreja agora, para sermos partícipes da vitória que Cristo dará a Igreja na glória! Como diz o Apocalipse, “estas palavras são dignas de fé e verdadeiras”. Amém.

(Autoria: D. Henrique Soares da Costa)

O Evangelho de João de hoje (Jo 13,31-33a.34s)nos apresenta o contexto da última ceia de Jesus e o seu desejo de perpetuar a sua presença e o seu amor na comunidade dos seus seguidores. Ele faz isso na forma de memória e deixando um testamento espiritual: o mandamento novo. Qual a novidade do mandamento que o Senhor instituiu?
O amor ao próximo, o respeito ao semelhante já eram práticas milenares de culturas anteriores a Cristo.
A novidade está em Jesus fazer do Amor ao Próximo um critério de vida a partir do seu exemplo: "Amai-vos uns aos outros COMO EU VOS AMEI". Isto quer dizer que o nosso amor deve ser o prolongamento do amor de Jesus.
Não raras vezes temos a tentação de amar aqueles que nós gostamos, aqueles que não fazem mal ou falam mal de nós. Nós queremos escolher aqueles que amamos e aqueles que não amamos.
Nossa fé cristã não admite tal postura. Ou amamos a todos indistintamente, como Cristo ou então brincamos de amar. O amor que Cristo nos deixam na forma de herança não retém nada para si, nada guarda para si. É o amor que respeita a liberdade e a arbitrariedade do outro, inclusive daquele que o traiu. Um amor que se coloca a serviço dos outros.

Oxalá possamos dar testemunho desse amor. Só ele poderá fazer a diferença em nossa vida e na vida das pessoas. E Cristo continuará vivo em nós... Testemunhemos e anunciemos a vida nova e o seu amor incondicional!


Para refletir nesta semana:

Tenho amado as pessoas com a mesma intensidade com que Cristo me amou e continua me amando? Ou tenho colocado restrições para amar as pessoas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CLIPE CATÓLICO DO MÊS