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domingo, 6 de junho de 2010

10º DOMINGO DO TEMPO COMUM


6 de junho de 2010

"e Deus visitou o seu povo" (Lc 7,16).

Com estas palavras, meu amigo(a) internauta, a multidão reconhece a presença libertadora e a ação solidária de Jesus que interrompe aquele cortejo de morte dando um novo direcionamento.
O Evangelho de São Lucas hoje nos apresenta dois cortejos: um de vida e outro de morte. O de vida: Jesus entrando na cidade de Naim com seus discípulos. O de morte: A viúva acompanhada pela multidão enterra todas as suas esperanças, seu único filho.
Dentre as classes mais desfavorecidas e marginalizadas no tempo de Jesus e na história do Povo de Deus, estão as viúvas e os órfãos, os quais não tinham ningúem para servir-lhes de amparo. No caso do Evangelho, uma situação mais dramática: o filho único de uma viúva morre e junto com ele todas as suas esperanças. Ela não tem mais ninguém. Diante dessa dolorosa realidade, Jesus se aproxima, toma a iniciativa de consolar a pobre viúva, toca o caixão e pelo poder da sua Palavra dá uma ordem àquele que estava morto: Levanta-te! Tudo isso, movido pelo sentimento de compaixão.
As palavras de Jesus nos põem de pé, elas tem o poder de nos aliviar em nossos sofrimentos.
Uma situação semelhante é a da Primeira Leitura (1Rs 17, 17-24): O profeta Elias visita a casa de uma viúva em Sarepta que chora as suas tristezas e abre o coração para ele. Seu filho muito doente veio a falecer e ela tem nos lábios uma revolta semelhante àquela que comumente vemos naqueles que diante dos sofrimentos lamentam a Deus dizendo: "Deus se esqueceu de mim", "Por que eu?", "É castigo de Deus? O que eu fiz para merecer isso?", etc...
Uma coisa é certa: Ninguém de nós passará ileso nesta vida, achando que nunca vai experimentar o sofrimento ou passar por uma dificuldade ou contrariedade. Também não podemos atribuir toda causa do nosso sofrimento achando que vem de Deus. Tem tanta coisa acontecendo hoje no mundo que não dependeu tanto de Deus, mas de nós mesmos e do próprio ser humano: a fome, por exemplo, a dura realidade da violência, guerras, maldades e tantas outras situações.
Agora tem gente que deixa pra acreditar em Deus na hora do sofrimento, e depois quer a cura a todo custo. Se Deus não curar, então eu vou me afastar dele, mudar de religião, etc. Vamos deixar Deus ser Deus? Por que temos a tentação de querer que Deus esteja na palma de nossa mão, se submetendo a todas as nossas vontades?
Diz a leitura, "e o profeta suplicou ao Senhor" (v.21). A oração é a fonte da nossa esperança e exercício de uma intimidade mais profunda com Deus. Devemos ter o cuidado para não transformar nossa oração com Deus numa "pedição sem tamanha". A oração deve envolver todo o nosso ser, a súplica, o perdão, o agradecimento, a intercessão e o louvor são expressão de uma vida orante.
Não fiquemos chateados quando não obtemos êxitos em nossas orações a Deus. Será que o que pedimos é o melhor para nós mesmos? Será que Deus não está querendo nos mostrar algo mais amplo que nossa visão teima em querer enxergar?
Aprendamos com as diversas realidades do sofrimento humano. Procuremos abrir os olhos para tantos cortejos que prosseguem à nossa frente, de mães e pais aflitos, com seus filhos entregues aos vícios, à bebida, às drogas, e que rumam para o túmulo, sem perspectivas de vida e sem esperanças.
Nossos gestos prolonguem a ação misericordiosa e compassiva de Jesus: "Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão". Da etmologia da palavra, com paixão (pathòs = sofrimento), significa sofrer com, sentir na própria pele o que o outro está sentindo, estremecer profundamente pela dor do outro. É esta compaixão que moverá os discípulos-missionários de Jesus de hoje a se tornarem rosto de uma Igreja Samaritana e Misericordiosa que ama e se coloca no caminho de libertação aos que estão sem vida e sem esperança!
E todos haverão de sentir a presença do Deus que continuamente visita o seu povo.

Para refletir:
Esta cena do Evangelho se repete todos os dias:

Há grandes cortejos cheios de mortos, de mortos que andam e se movem, mas não têm vida: É o grande cortejo dos desempregados, dos drogados, dos analfabetos, dos sem-teto, dos terroristas, dos enfermos, dos inválidos... Cortejo que passa todos os dias ao nosso lado e não nos damos conta.

- Ao encontro dele pode e deve ir outro cortejo, formado de pessoas cheias de vida que acompanham Cristo... comprometidas em responder à morte com a vida.

a) Em que cortejo estamos?
b) Que resposta damos aos que caminham no cortejo da morte?

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